terça-feira, 30 de abril de 2013



Fichamento 3 - Semiótica aplicada (capítulo 1)



Este é o terceiro fichamento da cadeira de Semiótica, que é sobre o primeiro capítulo do livro Semiótica Aplicada, de Lúcia Santaella.

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Mais uma vez a autora ressalta a importância de Peirce para a construção daquilo que entendemos hoje  como Semiótica. Entretanto, dessa vez ela dá um destaque maior às obras ele, diferente do livro  O que é Semiótica, que a vida de Peirce tem um destaque notório. Esse primeiro capítulo fala do conceito de fenomenologia, que é à análise das formas como nós aprendemos. Peirce divide a fenoenologia no que ele chama de três ramos da Lógica ou Semiótica, que são a gramática especulatica, a lógica crítica e a retórica especulativa.

"A gramática especulativa é o estudo de todos os tipos de signos e formas de pensamento que eles possibilitam. A lógica crítica toma como base as diversas espécies de signos e estuda os tipos de inferências, raciocínios ou argumentos que se estruturam através de signos. Esses tipos de argumentos são a abdução, a indução e a dedução. Por fim, tomando como base a validade e força que são próprias de cada tipo de argumento, a metodêutica tem por função analisar os métodos a que cada um dos tipos de raciocínio dá origem. Portanto, a metodêutica estuda os princípios do método científico, o modo como a pesquisa científica deve ser conduzi da e como deve ser comunicada. Por isso, a metodêutica e a retórica especulativa compõem juntas o terceiro ramo da semiótica. (pag 3 e 4)"

 Faz parte da gramática especulativa compreender os fenômenos e transforma-los en signos. E isso se dá, de acordo com Peirce, em uma análise triádica do signo, que é analisa-lo em si mesmo, o que ele representa e nos efeitos que ele pode produzir na mente de alguém. " Entretanto, por ser uma teoria muito abstrata, a semiótica só nos permite mapear o campo das linguagens nos vários aspectos gerais que as constituem. Devido a essa generalidade, para uma análise afinada, a aplicação semiótica reclama pelo diálogo com teorias mais específicas dos processos de signos que estão sendo examinados. Assim, por exemplo, para se analisar semioticamente filmes, essa análise precisa entrar em diálogo com teorias específicas de cinema. Para analisar pinturas, é necessário haver um conhecimento de teorias e história da arte. Para fazer semiótica da música, é preciso conhecer música, e assim por diante. Não se pode fazer análise de peças publicitárias sem algum conhecimento de sintaxe visual, design etc. (pag 6) " Não é possível obter todas as informações desejadas sobre a compreensão de signos ou linguagens. Outras fontes de conhecimento também são necessárias para complementar as análises e pesquisas.

Santaella também fala da divisão da fenomenologia nos três princípios básicos de análise dos fenômenos, que são a primeiridade, a secundidade e a terceiridade, e que a partir delas obtemos a compreensão de signo, que é nada mais do que a representação de outro(s) objeto(s) existente(s). São exemplos de signos uma canção, um filme, uma história em quadrinhos, uma carta etc. Esses signos podem produzir diferentes sentimentos e sensações nas pessoas, que podem ser entendidos como interpretante.

Também temos o conceito de quase signo. Por exemplo. Podemos associar o vermelho ao fogo mas o vermelho não necessariamente é um signo que representa o foco, o que coloca a cor na categoria de quase signo.

 Os signos podem ser muito complexos quanto a sua constituição. Ele não necessariamente precisa ser provido de emoções ou uma linguagem verbal para que uma pessoa possa compreendê-lo. Atos como o reflexo de fechar os olhos para que nada atinja eles, um golpe de um lutador de artes maciais ou um garoto que não pensa duas vezes em correr de um cachorro podem ser considerados signos. “Signo não precisa ter a natureza plena de uma linguagem (palavras, desenhos, diagramas, fotos etc.), mas pode ser uma mera ação ou reação (por exemplo, correr para pegar um ônibus ou abrir uma janela etc.). O signo pode ainda ser uma mera emoção ou qualquer sentimento ainda
mais indefinido do que uma emoção, por exemplo, a qualidade vaga de sentir ternura, desejo, raiva etc. (pag 10)” “Qualquer coisa que esteja presente à mente tem a natureza de um signo. (pag 10)” Vale ressaltar também que diferentes pessoas podem compreender um mesmo signo de diferentes maneiras. E Isso "divide os signos e interpretações de primeira categoria (meros sentimentos e emoções), de segunda categoria (percepções, ações e reações) e de terceira categoria (discursos e pensamentos abstratos), que tornam muito próximos o sentir, o reagir, o experimentar e o pensar. (pag 11)"

 "Para Peirce, entre as infinitas propriedades materiais, substanciais etc. que as coisas têm, há três propriedades formais que lhes dão capacidade para funcionar como signo: sua mera qualidade, sua existência, quer dizer, o simples fato de existir, e seu caráter de lei. (pag 12)"

Qualquer coisa pode ser um signo. Dependerá da reação das pessoas e do contexto que o suposto signo está inserido.

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É isso.

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