terça-feira, 30 de abril de 2013



Fichamento 3 - Semiótica aplicada (capítulo 1)



Este é o terceiro fichamento da cadeira de Semiótica, que é sobre o primeiro capítulo do livro Semiótica Aplicada, de Lúcia Santaella.

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Mais uma vez a autora ressalta a importância de Peirce para a construção daquilo que entendemos hoje  como Semiótica. Entretanto, dessa vez ela dá um destaque maior às obras ele, diferente do livro  O que é Semiótica, que a vida de Peirce tem um destaque notório. Esse primeiro capítulo fala do conceito de fenomenologia, que é à análise das formas como nós aprendemos. Peirce divide a fenoenologia no que ele chama de três ramos da Lógica ou Semiótica, que são a gramática especulatica, a lógica crítica e a retórica especulativa.

"A gramática especulativa é o estudo de todos os tipos de signos e formas de pensamento que eles possibilitam. A lógica crítica toma como base as diversas espécies de signos e estuda os tipos de inferências, raciocínios ou argumentos que se estruturam através de signos. Esses tipos de argumentos são a abdução, a indução e a dedução. Por fim, tomando como base a validade e força que são próprias de cada tipo de argumento, a metodêutica tem por função analisar os métodos a que cada um dos tipos de raciocínio dá origem. Portanto, a metodêutica estuda os princípios do método científico, o modo como a pesquisa científica deve ser conduzi da e como deve ser comunicada. Por isso, a metodêutica e a retórica especulativa compõem juntas o terceiro ramo da semiótica. (pag 3 e 4)"

 Faz parte da gramática especulativa compreender os fenômenos e transforma-los en signos. E isso se dá, de acordo com Peirce, em uma análise triádica do signo, que é analisa-lo em si mesmo, o que ele representa e nos efeitos que ele pode produzir na mente de alguém. " Entretanto, por ser uma teoria muito abstrata, a semiótica só nos permite mapear o campo das linguagens nos vários aspectos gerais que as constituem. Devido a essa generalidade, para uma análise afinada, a aplicação semiótica reclama pelo diálogo com teorias mais específicas dos processos de signos que estão sendo examinados. Assim, por exemplo, para se analisar semioticamente filmes, essa análise precisa entrar em diálogo com teorias específicas de cinema. Para analisar pinturas, é necessário haver um conhecimento de teorias e história da arte. Para fazer semiótica da música, é preciso conhecer música, e assim por diante. Não se pode fazer análise de peças publicitárias sem algum conhecimento de sintaxe visual, design etc. (pag 6) " Não é possível obter todas as informações desejadas sobre a compreensão de signos ou linguagens. Outras fontes de conhecimento também são necessárias para complementar as análises e pesquisas.

Santaella também fala da divisão da fenomenologia nos três princípios básicos de análise dos fenômenos, que são a primeiridade, a secundidade e a terceiridade, e que a partir delas obtemos a compreensão de signo, que é nada mais do que a representação de outro(s) objeto(s) existente(s). São exemplos de signos uma canção, um filme, uma história em quadrinhos, uma carta etc. Esses signos podem produzir diferentes sentimentos e sensações nas pessoas, que podem ser entendidos como interpretante.

Também temos o conceito de quase signo. Por exemplo. Podemos associar o vermelho ao fogo mas o vermelho não necessariamente é um signo que representa o foco, o que coloca a cor na categoria de quase signo.

 Os signos podem ser muito complexos quanto a sua constituição. Ele não necessariamente precisa ser provido de emoções ou uma linguagem verbal para que uma pessoa possa compreendê-lo. Atos como o reflexo de fechar os olhos para que nada atinja eles, um golpe de um lutador de artes maciais ou um garoto que não pensa duas vezes em correr de um cachorro podem ser considerados signos. “Signo não precisa ter a natureza plena de uma linguagem (palavras, desenhos, diagramas, fotos etc.), mas pode ser uma mera ação ou reação (por exemplo, correr para pegar um ônibus ou abrir uma janela etc.). O signo pode ainda ser uma mera emoção ou qualquer sentimento ainda
mais indefinido do que uma emoção, por exemplo, a qualidade vaga de sentir ternura, desejo, raiva etc. (pag 10)” “Qualquer coisa que esteja presente à mente tem a natureza de um signo. (pag 10)” Vale ressaltar também que diferentes pessoas podem compreender um mesmo signo de diferentes maneiras. E Isso "divide os signos e interpretações de primeira categoria (meros sentimentos e emoções), de segunda categoria (percepções, ações e reações) e de terceira categoria (discursos e pensamentos abstratos), que tornam muito próximos o sentir, o reagir, o experimentar e o pensar. (pag 11)"

 "Para Peirce, entre as infinitas propriedades materiais, substanciais etc. que as coisas têm, há três propriedades formais que lhes dão capacidade para funcionar como signo: sua mera qualidade, sua existência, quer dizer, o simples fato de existir, e seu caráter de lei. (pag 12)"

Qualquer coisa pode ser um signo. Dependerá da reação das pessoas e do contexto que o suposto signo está inserido.

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É isso.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Mapa Mental 1: o que são signos

Essa foi uma atividade em sala que a turma foi dividida em quatro grupos, e cada um desses grupos recebeu um trecho do livro "O que é Semiótica", para fazer um mapa mental que representasse o respectivo trecho. Os trechos do livro basicamente foram:

1 - a explicação de primeiridade;
2 - a explicação de secundidade;
3 - a explicação de terceiridade;
4 - a explicação de signos.

Minha equipe ficou com o quarto trecho, ou seja, deveria fazer um mapa mental que explicasse o que são signos e como eles funcionam. O mapa mental encontra-se logo abaixo, mas para quem se interessar em entendê-lo um pouco mais aprofundadamente acesse o link ao final do post.



http://blogger.apps.wix.com/view/post/7044747261038116764?instance=Z9fkRGXFV1dBmMz2wi0vXemp1Rf-WRgAR52QDlmnKw0.eyJpbnN0YW5jZUlkIjoiMTJmNzljM2ItM2IxNy1jOGEzLTg5ZjctNWY2ZjYwYjEyMWYxIiwic2lnbkRhdGUiOiIyMDEzLTA0LTI1VDE0OjE4OjExLjE1OC0wNTowMCIsImlwQW5kUG9ydCI6IjE4Ny43OS4xMjYuMzEvMTU2MzkiLCJkZW1vTW9kZSI6ZmFsc2V9&section-url=http%3A%2F%2Fjposawa.wix.com%2Fpontosdajornada%23!Arquivos-e-Postagens%2Fcyko%2F&target=_top&width=0&viewMode=site&locale=en&cacheKiller=1366917539829&compId=TPSctn-4f764aa1-6af0-a260-ffe7-9bd8cd59935#

domingo, 21 de abril de 2013

Conclusões: relacionando meu Diário de Bordo com o segundo fichamento

Basicamente minha professora pediu para que o diário de bordo fosse feito relatando o meu dia inteiro, mas eu decidi fazê-lo tendo como foco apenas um curto período de tempo (que para mim foi uma eternidade, mas não muda o fato de que foram apenas duas horas, duas horas VÁLIDAS). Entretanto, fiz questão de relatar muitos detalhes que eu havia notado aquela manhã. A quantidade de detalhes nada tem a ver com a atividade do Diário. Na verdade sempre que possível costumo observar o ambiente em minha volta prestando atenção em muitos detalhes existentes, e minhas viagens de ônibus são alguns dos momentos mais propensos para isso. São incontáveis os mais simples fenômenos que me fascinam, mas não se preocupem que eu não vou entrar nesse assunto, pois sei que ninguém está interessado em perder tempo com isso (ou não...).

Após a leitura do restante do livro O que é Semiótica, em especial a parte que fala o estudo da consciência e da compreensão dos signos, de Peirce, finalmente pude entender o propósito da atividade do Diário de Bordo, que tinha a ver com outra atividade, que é justamente estas conclusões. Analisando algumas das descrições que faço, como a das gotas nos vidros das janelas do ônibus ou do céu limpando ao chegar no terminal do Antônio Bezerra, e percebido que constantemente faço o uso da Semiótica em meu cotidiano, observando os fenômenos e dando diferentes significados a eles. E acredito que isso não seja apenas comigo. Imagino que as conclusões de meus colegas serão semelhantes as minhas, em que apenas um pouco. E já que falei em meus colegas, aproveitei para olhar alguns dos diários de bordo feitos na mesma quinta-feira. É interessante você ter o mesmo dia sob diferentes pontos de vista.

Sei que agora estou um pouco mais perceptivo aos fenômenos em minha volta, e acredito que também tirarei melhor proveito deles. Quanto a apreciá-los e admirá-los... bem, faz tempo que faço isso, e acho que nunca deixaria de fazê-lo, pois acho que assim eu deixaria de ser eu mesmo...
Fichamento 02 - O que é Semiótica (parte 2)




Esse fichamento corresponde ao restante do livro O que é Semiótica, da Coleção Primeiros Passos. Eu falo restante do livro mas a quantidade de páginas lidas foi ligeiramente maior (antes foram oito páginas, agora foram dez). O fichamento pode ser conferido logo abaixo.

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Continuando a falar sobre os estudos de Peirce e suas contribuições para o ramo da Semiótica, vamos abordar agora suas análises sobre signos, consciência e razão. Começaremos pela definição de consciência e razão.

Como o próprio Peirce afirma, "consciência não se confunde com razão, consciência é como um lago sem fundo no qual as ideias estão localizadas em diferentes profundidades e em permanente mobilidade. A Razão é apenas a camada mais superficial da consciência. Por ser superficial tendemos a ter autocontrole e também a confundir consciência com razão (O que é Semiótica - pagina 9)." Os estudos de Peirce sobre consciência e razão eram tão complexos cuja profundidade chega a ser comparada com os estudos do cérebro atuais, e quase comparados aos estudos de Freud.

Peirce também afirmava que a consciência estava em constante mutação, pois não temos controle dos fatores externos que interagem conosco, direto ou indiretamente (O que é Semiótica - pagina 9). E a partir disso ele chegou às três formas como os fenômenos podem aparecer para a consciência. São eles: primeiridade, secundidade e terceiridade. O fenômeno da primeiridade consiste na captação de sentimentos, sensações, acontecimentos ou qualquer outro tipo de fenômeno no instante em que este está ocorrendo. Ele é um estado espontâneo e imediato da consciência, ou seja, não pode ser transformado ou pensado. A partir do instante em que refletimos sobre ele precisamos nos "deslocar no tempo", ou seja, a reflexão sobre determinado fenômeno faz com que o mesmo não seja mais presente, uma vez que não é de imediato que processamos as informações em nosso cérebro. No fenômeno da secundidade, diferente do anterior, existe uma resistência do pensamento que de alguma forma irá transformar essa realidade. O fenômeno não mais encontra-se em seu estado puro. Ele agora contém rastros de interação nossa com o seu universo. Já o fenômeno da terceiridade está mais relacionado a inteligibilidade do ser, ou "o pensamento em signos do qual representamos e interpretamos o mundo (O que é Semiótica - pagina 12)". A partir do momento em que damos significado a alguma coisa estamos pensando em signos. Vale lembrar que nem sempre esses três fenômenos devem ser avaliados separadamente, já que eles são fragmentos de uma estrutura de pensamento maior.

Agora voltando o assunto para a definição de signos, "signo é uma coisa que representa outra coisa (O que é Semiótica - pagina 12)." Ele pode substituir algo quanto a função de representação dela. Uma bicicleta, por exemplo, pode ser entendida como bicicleta não apenas tomando como exemplo uma bicicleta real, como também por um desenho de uma, uma fotografia, uma representação minimalista etc.

Peirce divide o estudo dos signos em incontáveis vertentes, mas o livro foca especialmente em três. A primeira e a do entendimento do signo como ícone, ou seja, símbolo que que possui mera função qualitativa. Se avaliarmos uma obra de arte como uma pintura levando-se em conta apenas seu aspecto estético, ela pode ser considerada um ícone. A Segunda é a da compreensão do simbolo como índice, ou aquilo que denuncia existências ou presenças passadas. "Qualquer produto do fazer humano é um índice (O que é Semiótica - pagina 14)", uma pegada em um determinada lugar anuncia que um ser vivo passou por aquele local, ou um monumento denuncia a presença de seres humanos e ferramentas para que ele fosse construído. E o terceiro é o entendimento do signo como seu interpretante. A partir dele podemos generalizar a existência de algo. A palavra olho, por exemplo, pode representar qualquer tipo de olho: feio, bonito, grande, pequeno, azul, verde, de um ser humano, de um pássaro etc.

Os estudos de Peirce sobre consciência e significado dos signos foram trabalhados por ele com o intuito de auxiliar todos os outros ramos do conhecimento humano. É notável a importância dele não apenas para a Semiótica, mas para qualquer área de estudo.

Santaella também cita outros estudos que precederam a Semiótica e contribuíram para o surgimento desta ciência. Um deles foi o estudo da Semiótica sob a perspectiva sausurreana, de Sausurre. Como ele afirmava, "a língua é um sistema de valores diferenciais, isto é, a língua é uma forma na qual cada elemento, desde um simples som elementar, só existe e adquire seu valor e função por oposição a todos os outros. [...] Nessa medida, a linguagem falada ou linguagem articulada só pode produzir sentido sob condição de dar forma a um certo material, segundo regras combinatórias precisas.[...](O que é Semiótica - pagina17). Apesar de o livro focar nos manuscritos de Peirce, muitos foram os estudiosos que colaboraram para fazer da Semiótica o que ela é hoje. Obviamente ainda existe muito  a ser explorado e descoberto, mas os estudos já deixados são de grande contribuição para a construção de um conhecimento útil em muitos ramos da atuação humana.

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É isso. A cada leitura aprendo um pouco mais de como devemos observar e tentar interpretar as linguagens e signos existentes. Mas claro, ainda tenho muito o que aprender. ^^













quinta-feira, 18 de abril de 2013

Diário de Bordo 1

Outra atividade de semiótica passada para a minha turma foi de fazer um diário de bordo, ou seja, relatar um dia de sua vida ou um momento do dia e descrever suas experiências e conclusões. O recomendado foi fazer um vídeo (estilo vlog), mas a professora deu permissão para aqueles que também quisessem escrever, e eu resolvi escrever sobre uma das primeiras coisas que faço durante o dia, que é ir para a universidade, no caso a Universidade Federal do Ceará (UFC), Campus do Pici. Porém, tomarei como base um detalhe específico dessa ida para o campus, que é a viagem de ônibus.

Outro detalhe a adicionar é que a professora especificou que essa atividade fosse feita nesta quinta-feira, dia 18/04/2013. eu poderia ter quebrado essa regra, mas não o fiz.

Abaixo relatarei minha viagem.

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Ônibus 621 - Pedras 1

Hoje esta chovendo. Costumo gostar de dias chuvosos, especialmente quando estou em casa. Também gosto de andar em transportes públicos desde pequeno. Lembro-me de quando eu sonhava em ser motorista de ônibus, pois assim eu poderia passar o dia inteiro olhando pelas janelas de vidro as paisagens que se sucediam, e com um detalhe: eu ganharia dinheiro por isso. Bem, hoje estou adulto e muita coisa mudou, inclusive alguns de meus sonhos, mas ainda costumo gostar de transportes públicos em geral e de dias chuvosos. Entretanto, não gosto dos dois juntos.

Uma das coisas mais interessantes de se andar de transporte público, seja ônibus, topique, metrô ou o que quer que seja é sentir o vento batendo em seu rosto. Quando chove temos que fechar todas as janelas para que a água não entre no transporte, o que deixa o ambiente muito abafado. E como Fortaleza esta quente mesmo em dias de chuva, o calor estava insuportável (é valido lembrar que são raros os transportes públicos de Fortaleza com ar condicionado). Por sorte eu moro relativamente perto do terminal de Messejana, meu primeiro destino, o que fez com que a viagem demorasse cerca de cinco ou seis minutos. A única coisa em que eu pensava era em sair logo de lá, e acho que todos ali comigo estavam pensando o mesmo (até o motorista e o trocador).

Ônibus 082 - Antônio Bezerra/Messejana



A viagem dessa vez seria cerca de uma hora, ou seja, bem mais longa, o que me fez ter vontade de ir do lado da janela para pelo menos poder me distrair com a paisagem do lado de fora, já que eu não podia abrir as janelas do dirigível. Pois é, consegui ficar do lado da janela, com o detalhe de que fiquei em pé na área do ônibus reservada aos cadeirantes (mas como não havia cadeirante algum ali, não incomodei ninguém). Outro detalhe era que esse ônibus em particular possuia as janelas um pouco mais baixas que o comum. Normalmente isso seria um problema irrelevante, com exceção de que eu sou um pouco alto
e fiquei a ver quase que apenas o chão da rua, o que me incomodou um pouco.

Esse ônibus parecia estar mais quente que o anterior, mas eu tinha que me conformar, pois não sairia dele tão cedo. Agora a chuva estava bem mais forte, e mesmo com as janelas fechadas a água da chuva invadia o transporte, mas claro, não chegava a ser um aguaceiro. Tinha um senhor que estava cochilando em um assento ao meu lado e toda vez que o ônibus freava a água acumulada nas bordas das janelas transbordavam e quase o molhava. Não me orgulho do que vou dizer agora, mas acharia divertido ver a água atingir e acordar aquele senhor. Obviamente não gostaria que isso acontecesse comigo, e também não tinha nada contra o homem, mas o contexto era outro. Eu estava seguro e só teria a ganhar naquela situação.

Próximo a metade do caminho, por já estar entediado com a viagem que estava um pouco desconfortável, aproveitei o embaçado que a chuva formara nos vidros das janelas para desenhar utilizando o meu dedo indicador direito. Não sei como, mas por meio de rabiscos aleatórios consegui desenhar o Gary Carvalho, primeiro e maior rival de Ash Ketchum, em Pokémon. Pouco tempo depois desse ocorrido, um dos acentos foi desocupado. Não foi um do lado da janela, mas ainda sim resolvi ir até ele para poder descansar o resto da viagem. Fechei os olhos.

Algum tempo depois o ônibus fez a curva que anunciara que o final da viagem estaria próximo. Decidi abrir os olhos e me preparar para o tão esperado momento. A chuva já estava cessando. Os vidros das janelas não estavam mais embaçados, pois a água que escorria da parte de cima do dirigível estavam quase que lavando as janelas (pobre do meu desenho ; _ ;). Como o ar estava mais denso por causa do frio (frio esse inexistente do lado de dentro do transporte), as paisagens mais distantes estava claras e ascinzentadas, e umas até mesmo chegavam a sumir em meio àquela densa névoa. E o cenário do lado de foram junto da água que escorria de cima do ônibus, distorcendo todas as formas possíveis do lado exterior, formavam uma combinação um tanto quanto diferente, mas que não deixava de ser bela.

E por fim não poderia deixar de citar o fim dessa viagem em específico, pois o contraste do céu asul com alguns resquícios de nuvens pesadas e o sól que finalmente atingia a superfícia funcionara como boas vindas para os viajantes que chegaram ao terminal do Antônio Bezerra. Me pergunto se mais alguem pensou como eu nessa hora.

Ônibus 389 - Jovita Feitosa



Esse de fato foi o ônibus de viagem mais rápida do meu percurso antes de chegar ao Campus. Eu estava bem mais atento, pois a qualquer instante eu teria de dar o sinal para descer do veículo. Ainda assim não perdi a oportunidade de reparar em dois detalhes que só poderiam ser propícios em dias chuvosos: as gotas d'água e as poças. As gotas me fascinam pelo simples e ao mesmo tempo complexo detalhe de que elas refletem tudo a sua volta, só que de cabeça para baixo, detalhe esse que poucos param para observar, e alguns até mesmo ignoram, mas que consegue me fascinar. Já as poças... bem, fugir delas, ou de um carro que passe em cima de uma, não é tão divertido, mas observar de dentro do ônibus a onda que se levantava  foi no mínimo bonito. Detalhe: não estou levando em consideração o sofrimento de alguns que estavam do lado de fora.



Ônibus 020 - Campus do Pici

Eu poderia encerrar o meu diário de bordo no ônibus anterior, pois neste momento eu já havia chegado ao meu destino. Mas fiz questão de não ignorar os transportes que passam dentro da universidade.

Esses transportes circulam exclusivamente dentro do campus e são gratuitos, ou seja, não precisam de trocadores. Aproveitando-me disso, peguei um dos dirigíveis e me sentei na cadeira do trocador. Era enraçado ver as pessoas olhando para mim. Umas admiradas, outras com um ar de reprovação, e algumas apenas reparavam e nada mais. Mas o que mais me chamou a atenção foi uma garotinha acompanhada de sua mãe que ficou me encarando durante um bom tempo, logo após me sentar na cadeira. A menininha me encarou por tanto tempo que eu fiquei em dúvida se ela estava admirando minha "beleza" ou se estava com inveja de mim, pois eu estava no lugar que o trocador costuma ficar. Talvez a mãe dela tenha a proibido de sentar naquele banco. Bem, a mãe dela estava certa, pois aquele lugar não é tão firme, e qualquer elevação que o ônibus passa a cadeira dá um salto enorme.



Depois de um pouco mais de um minuto (ou talvez menos, não sei), finalmente cheguei ao Núcleo de Processamento de Dados (NPD), que estava sem energia, assim como todo o Campus, mas isso já é uma outra história.

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Bem, esse foi o meu diário de bordo. Resolvi tratar especificamente de uma viagem de ônibus pelo simples fator de a maioria das pessoas ignorarem um universo de coisas que acontece em um pequeno local e em curto espaço de tempo. Seja dentro ou fora do ônibus, muita, mas muita coisa pode ser vista e apreciada. Claro que nem todos querem perder tempo com isso, o que de fato é até compreensível, mas não podemos ignorar o fato de que muitas coisas simultâneas acontece em todo e qualquer lugar, inclusive nos transportes públicos.

Tenho muitas histórias para contar de minhas viagens, mas muitas mesmo. Mas acho que ninguém estaria interessado de ouvir (ou ler). Uma pena.






segunda-feira, 15 de abril de 2013

Fichamento 01 - O que é Semiótica?

Olá. Esta atividade trata-se de um fichamento sobre as oito primeiras páginas do livro Coleção Primeiros Passos - O Que é Semiótica (para quem se interessar, o livro em PDF encontra-se em http://www.4shared.com/office/TEE-ttaZ/Coleo_Primeiros_Passos_-_O_Que.html). O fichamento (não sei se pode ser chamdo assim, mas ao menos é o que pretende ser) pode ser lido logo abaixo.

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De forma bastante simplificada, Semiótica é a área do conhecimento humano que busca identificar e compreender os mais diferentes tipos de linguagem utilizadas pelo homem. Tudo aquilo que é dotado de significados e que também é capaz de gerar trocas de informações e experiências pode ser entendido como linguagem. Estão contidos nesta definição a linguagem falada, a linguagem escrita, as linguagens de sinais, as linguagens de programação, os diferentes tipos de sons e seus significados, os elementos visuais dotados de interpretação, como por exemplo pinturas, retratos, gráficos e mapas, as sensações táteis (calor, frio, dor...), entre outros exemplos. Cabe à Semiótica a função de reconhecer e tentar interpretar essas e outras linguagens existentes.

De acordo com a autora Lúcia Santaella, ''a Semiótica "surgiu" quase que simultaneamente em três locais do mundo, Nos EUA, Na União Soviética e na Europa Ocidental (Coleção Primeiros Passos - O que é Semiótica - pag 3).'' Apesar de o livro falar sobre o surgimento dessa ciência em cada um desses locais, ele tem como foco a origem da Semiótica nos EUA, tomando como base os trabalhos do filósofo, cientista e também lógico Charles Sanders Peirce (C.S.Peirce). Durante toda sua vida, Peirce foi um homem bastante estudioso, habilitando-se nas mais diversas áreas do conhecimento humano, como Biologia, Geologia, Psicologia e Filosofia. Mas dentre estas e outras áreas de seu interesse, uma das que mais lhe chamava a atenção era a Lógica, área que para ele, assim como a filosofia, ganharia forte proximidade com a Semiótica, pois Peirce passaria a definir Lógica como estudo e interpretação dos diferentes tipos de signos e mais tarde trabalharia num livro que batizara de Um Sistema de Lógica, considerado como Semiótica.(Coleção Primeiros Passos - O que é Semiótica - pag 4).

Peirce baseava-se em sua "teoria de crescimento no universo e na mente humana (Coleção Primeiros Passos - O que é Semiótica - pag 5)", na qual ele afirmava que o universo estava em constante expansão e a mente humana era desprovida de limites para isso. Seu pensamento fundava-se em bases lógicas que afirmavam que o pensamento humano era capaz de gerar produtos capazes de afetar e transformar materialmente o universo(Coleção Primeiros Passos - O que é Semiótica - pag 5)". Outra contribuição de Peirce para a Semiótica foi com a fenomenologia, ou estudo dos fenômenos. Como ele mesmo afirmava " não há nada mais aberto para nós que a absorção dos fenômenos(Coleção Primeiros Passos - O que é Semiótica - pag 7)". Os estudos de Peirce contribuíram para fundarmos muitas das bases teóricas da Semiótica atual, e ainda hoje muitos de seus textos são analisados por estudiosos dos mais diferentes ramos do conhecimento.

A Semiótica de fato é um área muito abrangente, e  por ser uma ciência nova, ainda há muito a ser descoberto e analisado, tanto pelos atuais como futuros estudiosos do ramo. Ainda assim, já é notável sua importância para o mundo contemporâneo, haja vista as diversas formas de linguagens e de comunicações desenvolvidas pelo homem ao longos dos séculos.

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Bem, é isso. Obviamente meu texto está imaturo e ainda terei de aprender muitos detalhes para acertar nos próximos. Por hora apenas esperarei o feedback da professora Cátia Luzia, de Semiótica, que pode ser presencial ou por meio deste humilde blog.


quinta-feira, 11 de abril de 2013



Vida Maria

Esta é a primeira atividade da cadeira de Semiótica, passada pela professora Cátia Luzia. Cada aluno deveria escolher uma obra cearense que se possível fosse significativa para si. E a obra que eu escolhi foi a animação Vida Maria.

Vida Maria é um curta metragem feito por Márcio Ramos que recebeu o 3º PRÊMIO CEARÁ DE CINEMA E VIDEO, promovido pelo Governo do Estado do Ceará. O curta é uma animação feita em modelagem tridimensional que retrata a realidade vivida no sertão cearense. Maria é uma garota de uns 5 anos de idade que é obrigada a abandonar seus estudos para trabalhar e ajudar a mãe com seus afazeres domésticos. Durante a animação vemos Maria crescendo, casando-se, tendo filhos e envelhecendo. 

Sem dúvidas Vida Maria é uma obra muito bem acabada e que consegue comover o telespectador, além de que é uma animação cearense. Uma ótima pedida para quem gosta de animações(como eu ^^). Nada melhor do que assistir para comprovar sua qualidade. ;)

Semiótica 2013

Olá. Este espaço será utilizado para as atividades da cadeira de Semiótica, do curso Sistemas e Mídias Digitais, da Universidade Federal do Ceará (UFC). Em breve novas postagens tomarão este espaço conforme o decorrer das atividades.