Fichamento
3 - Semiótica aplicada (capítulo 1)
Este é o
terceiro fichamento da cadeira de Semiótica, que é sobre o primeiro capítulo do
livro Semiótica Aplicada, de Lúcia Santaella.
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Mais uma
vez a autora ressalta a importância de Peirce para a construção daquilo que
entendemos hoje como Semiótica. Entretanto, dessa vez ela dá um destaque
maior às obras ele, diferente do livro O que é Semiótica, que a
vida de Peirce tem um destaque notório. Esse primeiro capítulo fala do conceito
de fenomenologia, que é à análise das formas como nós aprendemos. Peirce divide
a fenoenologia no que ele chama de três ramos da Lógica ou Semiótica, que são a
gramática especulatica, a lógica crítica e a retórica especulativa.
"A
gramática especulativa é o estudo de todos os tipos de signos e formas de
pensamento que eles possibilitam. A lógica crítica toma como base as diversas
espécies de signos e estuda os tipos de inferências, raciocínios ou argumentos
que se estruturam através de signos. Esses tipos de argumentos são a abdução, a
indução e a dedução. Por fim, tomando como base a validade e força que são
próprias de cada tipo de argumento, a metodêutica tem por função analisar os
métodos a que cada um dos tipos de raciocínio dá origem. Portanto, a metodêutica
estuda os princípios do método científico, o modo como a pesquisa científica
deve ser conduzi da e como deve ser comunicada. Por isso, a metodêutica e a
retórica especulativa compõem juntas o terceiro ramo da semiótica. (pag 3 e
4)"
Faz
parte da gramática especulativa compreender os fenômenos e transforma-los en
signos. E isso se dá, de acordo com Peirce, em uma análise triádica do signo,
que é analisa-lo em si mesmo, o que ele representa e nos efeitos que ele pode
produzir na mente de alguém. " Entretanto, por ser uma teoria muito
abstrata, a semiótica só nos permite mapear o campo das linguagens nos vários
aspectos gerais que as constituem. Devido a essa generalidade, para uma análise
afinada, a aplicação semiótica reclama pelo diálogo com teorias mais
específicas dos processos de signos que estão sendo examinados. Assim, por
exemplo, para se analisar semioticamente filmes, essa análise precisa entrar em
diálogo com teorias específicas de cinema. Para analisar pinturas, é necessário
haver um conhecimento de teorias e história da arte. Para fazer semiótica da
música, é preciso conhecer música, e assim por diante. Não se pode fazer
análise de peças publicitárias sem algum conhecimento de sintaxe visual, design
etc. (pag 6) " Não é possível obter todas as informações desejadas sobre a
compreensão de signos ou linguagens. Outras fontes de conhecimento também são
necessárias para complementar as análises e pesquisas.
Santaella
também fala da divisão da fenomenologia nos três princípios básicos de análise
dos fenômenos, que são a primeiridade, a secundidade e a terceiridade, e que a
partir delas obtemos a compreensão de signo, que é nada mais do que a
representação de outro(s) objeto(s) existente(s). São exemplos de signos uma
canção, um filme, uma história em quadrinhos, uma carta etc. Esses signos podem
produzir diferentes sentimentos e sensações nas pessoas, que podem ser
entendidos como interpretante.
Também
temos o conceito de quase signo. Por exemplo. Podemos associar o vermelho ao
fogo mas o vermelho não necessariamente é um signo que representa o foco, o que
coloca a cor na categoria de quase signo.
Os
signos podem ser muito complexos quanto a sua constituição. Ele não
necessariamente precisa ser provido de emoções ou uma linguagem verbal para que
uma pessoa possa compreendê-lo. Atos como o reflexo de fechar os olhos para que
nada atinja eles, um golpe de um lutador de artes maciais ou um garoto que não
pensa duas vezes em correr de um cachorro podem ser considerados signos. “Signo
não precisa ter a natureza plena de uma linguagem (palavras, desenhos, diagramas,
fotos etc.), mas pode ser uma mera ação ou reação (por exemplo, correr para
pegar um ônibus ou abrir uma janela etc.). O signo pode ainda ser uma mera
emoção ou qualquer sentimento ainda
mais indefinido do que uma
emoção, por exemplo, a qualidade vaga de sentir ternura, desejo, raiva etc.
(pag 10)” “Qualquer coisa que esteja presente à mente tem a natureza de um
signo. (pag 10)” Vale ressaltar também que diferentes pessoas podem
compreender um mesmo signo de diferentes maneiras. E Isso "divide os
signos e interpretações de primeira categoria (meros sentimentos e emoções), de
segunda categoria (percepções, ações e reações) e de terceira categoria
(discursos e pensamentos abstratos), que tornam muito próximos o sentir, o
reagir, o experimentar e o pensar. (pag 11)"
"Para
Peirce, entre as infinitas propriedades materiais, substanciais etc. que as
coisas têm, há três propriedades formais que lhes dão capacidade para funcionar
como signo: sua mera qualidade, sua existência, quer dizer, o simples fato de
existir, e seu caráter de lei. (pag 12)"
Qualquer coisa pode ser um signo.
Dependerá da reação das pessoas e do contexto que o suposto signo está
inserido.
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É isso.